Evanildo Porto

Evanildo Porto

Segunda, 18 Janeiro 2016 19:37

Santiago do Chile

Santiago do Chile  

Depois da cidade de Mendoza na Argentina, cruzamos a Cordilheira dos Andes, passando pelo Aconcagua a 3200 metros de altitudes, lindíssima paisagem. Picos imponentes com seus cumes cobertos de neve, vegetação verde e rasteira na base das montanhas e rarefeitas na medida que aproxima do ponto mais alto. Verdadeiros leitos de rios secos que cortam as encostas, que escorrem suas águas no período das chuvas e do degelo no final do inverno. Rios com leitos largos que serpenteiam tal qual a estrada na Cordilheira, que desaguam no parte leste do continente, na Argentina, Formando o caudaloso rio Mendoza que embeleza a Ciudad de las árboles, tema do artigo que escrevi anteriormente.

De outro lado da Cordilheira, nossos olhos contemplaram outra paisagem. O Chile nos recebeu com a descida da estrada em forma de caracol, muitas curvas que chegam quase a trezentos e sessenta graus. O relevo acidentando, quase sem nem uma vegetação, muitas rochas e poeira vulcânica fina que me deixava com a sensação de estar sempre sujo.

Chegamos a Santiago do Chile a noite e como sempre procuramos uma Igreja. Localizamos a Igreja Batista Jesus es la Roca, fomos recepcionados pelo jovem irmão Claudio e que nos arrumou hospedagem na garagem da amável família do ir. Gonzalo.

Depois fomos para o litoral do Poetas onde encontramos nosso filho Tonzinho e sua esposa. Assistimos como convidados ao casamento da Richard e Elizabete no acampamento presbiteriano La Granja.

Depois voltamos para Santiago para receber nosso outro filho - Éco - que chegava do Rio de Janeiro para passar o natal conosco. Finalmente a família, após um ano estava novamente reunida e se alegrando e explorando a bela cidade de Santiago. Visitamos o maior edifício da América latina, a Torre Costanera com seus trezentos metros de altura, fomos conhecer a vinícola Concha y Toro, passeamos de metrô e conhecemos vários pontos turísticos da cidade. Em El Tabo, no litoral dos Poetas conhecemos a casa do ilustre escritos chileno Pablo Neruda. 

Depois do Natal despedimos dos amados filhos e prometendo em breve reencontra-los nas suas respectivas casas. Agora direcionamos a bússola do Casulo em direção ao sul, pela Ruta Pan Americana chilena. 

 
Segunda, 21 Dezembro 2015 03:50

Ano Novo - 2016 - sonhos renovados.

Ano Novo, sonhos renovados.

No ano de 2010, quando a Missão Conhecer é Preciso era apenas sonho, cunhei a frase abaixo que dá título a este site:

Não envelhece quem é rico em sonhos.

Os sonhos acendem a esperança.

Os sonhos renovam o espirito.

Os sonhos dão asas que não nos deixam envelhecer.

Porque estamos sempre voando, realizando a teimosa esperança do sonho.

Dois anos se passaram que vivemos diariamente a Missão, desde do começo da sua efetiva preparação e os dezoitos meses de estrada com o nosso motorhome, Casulo móvel.

O ano que se finda foi outra grande aventura! Lugares nunca antes visitados, novos amigos, paisagem vista apenas em video ou fotos, agora testemunhadas ao vivo e a cores. Majestoso litoral Rio/Santos, serras  e região dos lagos fluminenses, suntuosos pinheiros paranaenses, belíssimas serras catarinenses, amplos pampas gaúchos, cidades históricas, grandes rios fronterisos, pampas argentinos, estupenda Cordilheiras dos Andes, relevos andinos, praias do oceano Pacífico e pessoas, que nos amaram, recepcionaram, hospedaram, ajudaram e nos tratou como gente, sem nos conhecer, verdadeiros cristãos. Gente que gosta de gente!     

 Nesta noite quando escrevo este texto, estamos em La Granja Presbiteriana do Chile, na Região de El Tabo, no “litoral de los poetas” onde viveram vários poetas chilenos, o maior deles Pablo Neruda. Aqui, vieram de São Paulo nos encontramos nosso caçula Ton com sua esposa chilena, Raquel. Estamos esperando do Rio de Janeiro, a chegada do primogênito, Erico.

 Ai vamos estar com o time completo, como em todos os natais! Vamos abraçar, beijar, rir, presentear  e recordar do ano que se finda e dar nova oportunidade aos nossos sonhos! Aqueles que não conquistamos neste ano, vamos em busca deles em 2016. O passado não será frustrante, mas, lição de vida como não devemos fazer no futuro. Não daremos oportunidade para o desanimo, queixa, depressão e frustrações, eles não renovam nossos sonhos. Cortam asas, não nos deixam voar em busca dos sonhos e assim envelhecemos.  

Vamos passar o natal por aqui, depois Santiago e vamos em direção ao sul do Chile, ver os vulcões e os picos das montanhas geladas. Estamos direcionando a bússola e piloto automático do Casulo para a Patagônia chilena e por último para a cidade de Ushuaia, na Tierra del Fuego na Argentina. Vamos pegar “impulso” para continuar explorando as Américas, como gostam de dizer os aventureiros que chegam de carro até o "fin del mundo”.    

Já foi dito e concordo, que o novo ano “é um voto de confiança para si mesmo, traga a felicidade para perto neste período de `balanço geral` e, de quebra, contagie os outros”.

Como no texto do ano passado, entregamos os caminhos de 2016 ao Senhor porque Ele é o único que cuida e sustenta a Missão Conhecer é Preciso! Continuem participando conosco desta Missão em 2016.

Desde El Tabito, litoral dos Poetas chilenos.

Dezembro 2015.

Evanildo e Lizes.

 

 

 

Travesia de la Cordillera de los Andes, inolvidable! - 16/12/2015.

Todos nós brasileiros em nossa vida escolar, em algum momento, já estudamos e sonhamos com a Cordilheira dos Andes! Fronteira natural dos países Andinos, cheias de personagens que povoam as páginas dos livros de história do ensino fundamental. Incontáveis vezes, já fui envolvidos nos devaneios estudantis de como seria a aventura desses conquistadores destemidos que transpuseram a grande barreira geográfica para integrar a América do Sul, na esperança, de ver o continente independente do julgo dos seus colonizadores. Fundaram cidades, organizaram resistências para lutar por uma América  livre e integrada. Sonhadores com Pedro de Valdivia, Francisco de Villagra,  San Martín e tantos outros. 

Nas cidades destes povos, se faz presente a Praça da Fundação e a casa onde estava instalada o Cabildo, centro administrativo e nascedouro do sentimento da independência da Província.  

Na boleia do Casulo móvel subia a Cordilheira pensando na dificuldade que era em tempos remotos, quão difícil foi transpo-la, levando a bagagem em lombos de mulas e a mais pesada dela, o sonho. Só quem sonha, acredita e realiza tem a esperança de ver o imaginado concretizado.

Guardadas as proporções materiais, as minhas são tão grandes e importantes quanto daqueles primeiros desbravadores de lugares não conhecidos. As minhas são apenas a busca aquilo que era apenas sonhado nas páginas dos livros, agora é a realização de sentir, ver e tocar o que era intangível, imaginável. Conhecer é preciso!

Enquanto apreciava a paisagem dirigindo a três mil e duzentos metros de altitude, o pico do Aconcagua  imponente, manchado de neve e gelo, saudava os viajantes - sonhadores, aventureiros, trabalhadores ou turistas - alegrando nossos sentidos.

Fazia também minha reflexão socio-política, quando via a linha férrea serpenteando e furando com túneis as encostas da Cordilheira. Vencendo com pontes, grande extensão do leito do Rio Mendoza, que vai desaguar e fertilizar a cidade de mesmo nome, na planície que começa ao pé da Cordilheira. Por que gigantesca obra ferroviária e rodoviária? 

O caminho natural de comunicação é o mar. Os dois países os tem e em grandes extensões, atlântico e pacífico.

Argentina e Chile não viraram as “costas” para o outro, pelo contrários, integraram. Há um corredor de exportação, a riqueza circulante manifesta nos meios de transportes. 

Quando penso no oeste brasileiro, Acre, Rondônia e Mato Grosso, vejo-os de costas para seus vizinhos Andinos. O nosso mercado é de frente para o Atlântico e de “costas” para o Pacífico. Embora, Mato Grosso seja o centro geodésico da América do Sul. Teríamos que ser, por privilegiada localização o grande corredor do comércio de la America del Sur. Contrário essa logística territorial, seguimos o caminho do isolacionismo do oeste brasileiro. Onde o Brasil devia começar, termina. Não conhecemos a Cordilheira dos Andes, sua magnifica beleza e seu vigor para fluir riquezas.  

Tivemos grandes homens, entre eles o cuiabano visionário - Marechal Cândido Rondon - que sonhou e trabalhou para integrar o Brasil e assim o fez. Atualmente precisamos de Estadistas que integrem o oeste brasileiro com estradas e ferrovias, em direção ao Pacífico. E, deixe que o comércio e a produção, o empreendedor brasileiro faz, como já vem fazendo bem, a muito tempo, por isso, o oeste ainda existe.  

Desde El Tabito, litoral de el Chile.

Fin de la primavera de 2015.

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